Casos foram denunciados em reportagens exibidas pelo Fantástico e pela TV Cabo Branco. Arquidiocese abriu procedimento canônico.
A Rede de Enfrentamento ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes da Paraíba (Redexi) cobrou que o Ministério Público (MPPB) investigue penalmente os padres da Arquidiocese da Paraíba denunciados em uma reportagem veiculada pelo Fantástico no dia 20 de janeiro. O pedido consta em uma nota divulgada nesta segunda-feira (1º).
A Redexi também pede que as investigações sejam ampliadas, inclusive para outros credos e crenças. O documento é assinado por mais de 30 organizações que visam a defesa dos direitos das crianças e adolescentes em situação de violência sexual.
Na nota, a rede afirma que repudia “toda e qualquer prática de violência sexual contra crianças e adolescentes”, além de criticar o posicionamento emitido pela Arquidiocese da Paraíba, por considerar que ela se eximiu “das responsabilidades com atos graves que vão de encontro com as pautas da rede de proteção à criança e ao adolescente”.
A reportagem e novas denúncias
Na reportagem veiculada pelo Fantástico, foram apresentados relatos de pessoas que participaram das investigações do processo que resultou na condenação, emitida pela Justiça do Trabalho, para que a Igreja Católica na Paraíba pague uma indenização R$ 12 milhões por casos de exploração sexual contra menores de idade.
Entre as pessoas ouvidas na reportagem está um rapaz que foi assistente de missa e seminarista; uma mulher que escreveu uma carta para a Igreja informando que havia ouvido comentários que indicavam que algo errado estava ocorrendo; e as autoridades.
Esses casos não foram julgados na Justiça comum, porque em 2017 o processo foi arquivado pelo Ministério Público da Paraíba, porque o prazo para investigação e julgamento já havia prescrito. Contudo, após a exibição da reportagem do Fantástico, novas denúncias surgiram contra religiosos e foram veiculadas pela TV Cabo Branco.
O promotor Guilherme Lemos informou, no dia 28 de janeiro, que o MPPB vai abrir novos procedimentos para apurar as novas denúncias. Ele também destacou que, caso surjam novas provas de casos arquivados, o processo pode ser reaberto.
O arcebispo da Paraíba, Dom Frei Manoel Delson, declarou, por meio de um pronunciamento divulgado nas redes sociais no dia 1º de fevereiro, que um procedimento canônico foi iniciado para avaliar a suspensão de ordem dos padres denunciados.
Fonte: G1PB